2007-05-28

A dor transformada em espectaculo

Ir a Fátima, com repórteres e televisão (não um retiro, um recolhimento) o espectáculo (realty show) está lançado, em seguida vão a Roma ver claro o Papa, depois a volta á Europa e ao mundo. Parece mais um Tour.
Pergunta-se, o negócios está lançado, a televisão encontrou espaço para sem noticias preencher os telejornais é ocupar espaço com o vazio, a noticia do nada , do faz de conta que diz, nada de nada.
Entre o desaparecimento da Madeleine, e os dias de hoje, já desapareceram só em Inglaterra, umas largas centenas de crianças,. Nada se diz, nada se escreve, em Portugal é o mesmo, será que não são filhos do mesmo Deus ? ou será que são filhos de um Deus menor, ou mesmo de um sem Deus?
Aqui e como sempre a vitima é sempre vitima, e como se costuma dizer, o mal é de quem vai, de quem sofre, os que ficam que se lixem, vão comendo e bebendo, gozando dos rendimentos. Lamenta-se a criança-vitima , lamenta-se a dor de pais, reprova-se o circo.
Já falamos sobre o tema, esperamos que situações destas não voltem a acontecer, mas se tal existir, como vai actuar a nossa policia e os nossos políticos, independentemente da nacionalidade, da fotogénia da criança, da profissão dos pais. Vão despender dezenas de GNR, PSP, PJ e outros meios conforme agora usados , veremos e cá estamos alerta para tais situações.
Todos as pessoas de bem, portugueses, ingleses, chineses, e outros não acabados em eses, como espanhóis , estão tristes e desolados com a situação, reprovam e condenam o acontecimento, mas também, (digo por mim e outros comentários que ouvi), que começamos a deixarmos o sentimento, a dor, para passar á fase da indiferença, porque já é espectáculo, com senhores do marketing a escolher os momentos, os locais e os modos.
O que era, desolação começa a roçara o vomito, a estupidez cansa, a apresentação tal um espectáculo, um sentimento de injustiça de apodera de nós pois outros houveram e portugueses, e nada disto surgiu, pelo contrário, os tempos de antena , foram poucos ou nenhuns.
Stop. Parem.

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