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2012-05-21
Medo
2012-05-18
Mãos limpas, mãos sujas
Mão que fala
que nega
que acusa
que oferece
Mão que trata
que acaricia
que aplaude
que cumprimenta
Mão que oculta
que rouba
que bate
que mata
Mão que reza
Que suplica
Que alimenta
Que representa
Mão que desenha
que molda
que pinta
que talha
Mãos sujas na riqueza
Mãos limpas, na pobreza
Mãos lavadas do rico
Mãos enegrecidas do pobre
Mãos no peito, falsidade
Mãos fechadas, avareza
Mãos nas costas, moleza
Mãos nos bolsos, preguiça
Mão oleada do mecânico
Mão calejada do cavador
Mão tratada do escriturário
Mão escamada do pescador
Mãos com mãos na amizade
Que os povos dêem as mãos
Que os homens se encontrem
Mãos a transportar a oliveira da paz não as armas
2012-05-13
Lutando contra a corrente
Velas desfraldadas, fraco timoneiro ao leme
Com temporal a navegar por destino errado
Homens no convés, ás amarras e no porão
Esforço de braços, pé descalço faz-se á luta
Num esforço tentam perscrutar o tempo vindouro
O vil metal corrompe e transforma a besta homem
Vendaval desmesurado e cruel neste caos actual
Adversidade e a impotência têm de ser vencidas
Despojados da casa, gastos e desesperados
Impotente é o trabalhador, sem o seu salário
Causadores senhores importantes da praça
Na comunicação tagarelam de barriga cheia
Borracha quer apagar as vidas que são gente
Povo que se esforça e empenha e faz a nação
Descartáveis são os números e não as pessoas
O trabalhador não é um deve/haver contabilístico
Enfrentar o desconhecido, destino deste povo sofrido
Não necessita de bandalhos a indicar-lhe o caminho
Tesouros guardados, por tubarões foram espoliados
Com o peso da gula, também vão ao fundo e morrem
Viver na riqueza e ostentação, desprezando o trabalho
No mar pinga gotas de sangue, gargalhada soa no ar
Clarão fantasmagórico de uma recordação do passado
A indignação pede justiça no mais elevado dos tribunais