2007-04-23

Eu aposentado

Pela primeira vez escrevo com carácter pessoal, que poderá ser idêntico a tantos outros. Sou um pensionista, reformado por invalidez, tomo os mesmos medicamentos á 3 anos e a comparticipação do Estado é pouca e nalguns casos nenhuma, terei provavelmente de tomar alguns, os mesmos, remédios para o resto da vida, não sou considerado doente crónico. Descontei, em termos oficiais, para a segurança social mais de 40 anos, iniciei a minha vida laboral aos 14 anos, os patrões nem sempre descontaram para a Caixa de Previdência, agora mais conhecida como Segurança Social. Por razões de saúde terminei a minha carreira profissional aos 60 anos, um bocado abruptamente, já que o não julgava fazer, não fosse submetido a uma operação ao coração e com os problemas inerentes (directos e indirectos). Esta minha nova situação é um pouco estranha para mim, estou a tentar ultrapassar, efectuando diversas actividades, de lazer. Passeando o meu cão “Hishky siberiano”, lendo, escrevendo, viajando, apreciando boa comida, saboreando de vagar sem pressa, esse tempo já passou, fazendo trabalhos de bricolage em casa, ocupando o tempo o melhor possível. O meu passatempo favorito, agora, é viajar na net, e o meu blog, isto também para dizer que vou tendo muitos tempos livres.
Por lei, decreto-lei, normativa seja o que for, não posso procurar uma nova actividade, profissional ou exercer a anterior, mesmo em regime de “part-time” com umas poucas horas semanais. Continuar., é evidente que não podia estar a tempo inteiro, pois para isso mantinha-me na empresa e na actividade que exercia, e nem sequer requeria a reforma nem era submetido a inspecções médicas, que a concederam.
Quando estamos no activo, queremos descanso, férias, fins de semanas, feriados para estarmos com a família, os amigos, isto é como o fruto proibido, o mais apetecido
Agora temos tempo, e muitas das vezes não sabemos como o gerir (não sabemos, não queremos ou não podemos).
É necessário termos objectivos e a falha desses objectivos é que nos torna a vida mais difícil. O sabermos que não produzimos nos torna um pouco diferentes.
Dizem que a reforma é a antecâmara da morte o que não concordo. Poderá ser o preludio da velhice e depois o facto inalterável da vida o imutável fim. É bom poder descansar o repouso dos justos trabalhadores se possível com saúde.
O começo de uma nova vida com coisas boas e más, positivas e negativas, há que nos e aclimatar, habitual á nova situação, não é fácil mas não é impossível.
Temos de planear antecipadamente as coisas, quem vivia no stress como eu, sei que se torna mais difícil, o ser humano é um animal de hábitos e bons ou maus, há que ter o seu tempo de adaptação, eu ainda não encontrei o equilíbrio.
Um reformado, sente-se por vezes um pouco solitário, inútil com uma vida ás vezes um pouco vazia, nada de especial para fazer, com um objectivo nenhuma obrigação ou dever.
Outra situação, que me colocam com frequência é se sou avô. Resposta não, por pena minha não o sou, também entendo que isso é uma opção dos filhos, e não dos pais. Tenho uma filha casada já á alguns anos esperava que me dessa essa alegria, mas o vontade depende do casal, não de mim, a vida é deles, e eles é que decidem, que gostava, gostava, mas não quero ter nenhuma interferência no assunto, é demasiado responsabilidade que só aos próprios (marido e mulher) diz respeito. O rapaz, esse é solteiro, se bem que já se formou em Engenharia “ engenheiro a sério pelo I.S.T”, agora também tem um emprego que requerer muitas viagens ao estrangeiro, por outro lado quer tirar mais um curso, desta feita de piloto comercial, o que lhe vai manter ocupado por uns tempos, se bem o conheço, e não está nos seus horizontes prender-se tão depressa.
Talvez questionem por assim também não dá para ir passear, os netos ao jardim, ire busca-los ao infantário ou escola, ajudar os pais, etc., mas entendo que só dentro das possibilidades e de acordo com as suas solicitação, pois acho que a responsabilidade e orientação deverá ser sempre dos pais, os avós, puderam e deveram ajudar, colaborar, mais nada mais que isso.
Vamos aguardar, ser paciente, e adaptar a esta situação e que sejamos todos felizes

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