2007-02-19

Carnaval importado

Não é saudosismo, mas vimos tanta macacada de imitação que não devemos estar calados, perdemos a originalidade.
Antigamente havia o Carnaval á portuguesa, hoje é todo á brasileira, temos o porta-estandarte vestidas a imitar tal macaquinhas” as baianas, as meninas outras não tanto, de corpo ao léu, quanto mais descascadas melhor, (concordo) mesmo que esteja um frio de rachar (o que é bom é para se ver)
A temperatura no Brazil é igual ao de Portugal? Só pra você tá (isto é brasileiro, viste!),
Depois vimos o Carnaval brasileiro, via TV, onde gastam muitos milhões, num país onde há tanta miséria gastou-se para o Carnaval do Rio de Janeiro, 21,5milhões de Euros: É dinheiro, nós cá também gastamos á fartazana, e já dizia o outro, dai-lhe festa e fardamentos novos, o resto tudo esquece, É preciso arraial, folia, que a vida são dois dias, o Carnaval três, e o Sócrates leva-nos o couro e o cabelo em menos de dois tempos.
Noutros tempos que já lá vão, o Carnaval, era algo de diferente. Lembra-me quando... (anuncio) que era feito de marafonas de grupos recreativos, onde os homens se vestiam de mulheres, as mulheres de homens, por exemplo do Carnaval de Torres, havia desfile, carros alegóricos, musica portuguesa mascaras e mascarados, brincadeiras (algumas estúpidas e sem piada, mas era Carnaval.
Em Lisboa, circulavam pelas ruas pequenos grupos, normalmente homens 2, 3 5 de enfermeiras, enfermos, biberões de vinho tinto, palavras jocosas ditas ou escritas com piadas mais ou menos descaradas ao governo (cuidado nessa altura era-se preso pela policia politica, nada de brincadeiras mesmo no Carnaval). Verdade é que havia situações bem desagradáveis, como levar com ovos podres na cabeça, as bisnagas de diversos feitios e tamanhos para esguichar água para quem passava, mesmo que não interessado na brincadeira, quando não era outro liquido mais desagradável. Tínhamos também as crianças mascaradas, era ir aos jardins e praças publicas , lá estavam os pais, a passear o cowboy, o preso, o guarda republicano, a fada, a bruxa, a varina, marafonas, pescadores tantos outros heróis da ocasião com fatos a preceito, de modo geral alugados, ou as mães faziam os fatos para os filhos ou adaptando a roupa a cada mascara conforme as possibilidades de cada um.
Também havia a tradição de as famílias se disfarçarem o mais original possível, com as roupas da casa, e irem visitar os amigos tentando não serem reconhecidos, comendo, bebendo, brincado, e quem os recebia a tentar adivinhar quem seriam. No final se destapavam e continuava a confraternização (claro hoje já não é possível, malandragem é muita)
Seria melhor, seria pior, era diferente, era original era português.
È Carnaval ninguém leva a mal, divirtam-se e sejam felizes.

1 comentário:

  1. Hoje em dia já nem chamam as marafonas pelo nome correcto, LOL

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