O tribunal é um teatro, o palco a sala de audiências, o julgamento uma peça teatral, constituída por diálogos entre as personagens juízes
e advogados os actores principais, o réu e acusação os actores secundários
outros não passam de meros figurantes.
O argumento tirado dos
factos reais, de histórias vividas como roubos, agressões, assassinos, heranças,
assaltos, burlas, contrabando, droga, sexo.
A sentença depende da
representação de cada actor, dos seus argumentos, e teatralidade,
O resultado depende da
encenação da boa ou má representação dos actores, de acordo com o enredo. E não
tanto de uma verdadeira justiça.
Um actor consagrado, o
juiz domina o centro do palco, que comanda os tempos e o roteiro.
A estrela da companhia
será a acusação ou o réu dependendo da história a contar e seu principal
objectivo.
Os advogados são como
as bailarinas sendo a sua representação, a sua danças de acordo com o seu
estatuto e cachê.
AS testemunhas, muitas
das quais são de papel secundário ou simples figurantes.
O espectáculo desenrola-se
em diversos actos, e por vezes em diversos palcos dependendo dos protagonistas,
do valor da peça em que muitas coisas estão em causa, em que a justiça é uma
peça secundária.
Do drama á tragicomédia
como na comédia de Molière Tartufo, o rei o Lear de Shakespeare, ao
mais banal autor com uma peça de costumes.
A comédia
paira no ar, no corredor da tragédia e dor, da aflição, do medo, do alivio e da
alegria, com um final dependente da representação das personagens e seu valor
em prejuízo da verdade e da justiça.
A verdade ou a
mentira, a desonestidade ou a honradez se cruzam e entrelaçam, deturpando e ofuscando
a lei ultrapassando o valor intrínseco, da justiça.
No palco as palavras são
esbatidas ou valorizadas pelos advogados independentemente do seu valor intrínseco.
A verdade ou a mentira, onde por vezes as regras esmagam os factos, o real em
prole de uma cartilha por vezes desactualizada da realidade vigente.
Toda a montagem e
tempo desta peça está em função dos valores investidos da publicidade na
comunicação social, a sua maior ou menor grandeza, do poder do dinheiro e claro
está dos protagonistas principais, somente a justiça é colocada para segundo
plano.
Como exemplos temos os
julgamentos que sejam de grande ou pequena gravidade, mas que os protagnistas são
cidadãos anónimos, gente comum, mesmo que requeiram uma pequena publicidade rapidamente
é esquecido, mas se os autores forem get set ou do meio da politica como
exemplos temos as peças. “Isaltino Morais e os seus desmandos”, “Duarte Lima e
as trafulhices”, e “Duarte Lima II Quem matou Rosalina”. Carlos Cruz e o
processo Casa Pia “. Muitas destas peças teatrais dão em telenovelas, e assim
se passa o tempo sem que justiça seja feita.
A justiça como termo simples refere-se
ao respeito pela igualdade de todos os cidadãos,
conceito que como sabemos nem sempre é verdadeiro, (há sempre uns mais que
outros)
Acontece que
o poder judicial moderno tem a como tarefa a aplicação das leis promulgadas
pelo poder legeslativo, que esbarra
a verdade e a justiça na sua amplitude, pois as mesmas leis já vêm armadilhadas
propositadamente ou não, permitidem diversas interpretações, o que condiciona o desfecho final, que
nem sempre depende da justeza da vida.
Sendo o tribunal o teatro, o
julgamento desenrola-se no palco da sala das audiências, a sentença por vezes não passa de uma farsa, a verdadeira justiça o menos importante.
Aqui no Brasil, amigo, vivemos um verdadeiro teatro jurídico, em cartaz a peça "Mensalão". É deprimente, porém verdadeiro! Meu abraço, boa semana.
ResponderEliminarQuantas vezes acontece mesmo assim.
ResponderEliminarO teu texto é EXCELENTE.
Um abraço.
A Justiça dos ricos é diferente da dospobres e até os crimes têm designações diferentes, consoante o "estatuto" do acusado.
ResponderEliminarCumps
A Justiça dos ricos é diferente da dospobres e até os crimes têm designações diferentes, consoante o "estatuto" do acusado.
ResponderEliminarCumps
A começar pelos juízes e a acabar nos advogados, na "justiça" impera o compadrio, o arranjinho e a corrupção.
ResponderEliminarEra baralhar tudo e dar de novo...
Compadre Alentejano