2011-11-29

Vivi e vivemos

Este país que é Portugal, foi condado, nasceu nação e monarquia, teve reis e rainhas, assassinos, descobridores, exploradores e heróis na palavra e na honradez.
Tornou-se republicana após um regicídio, e continuamos a ter “pequenos reizinhos” ladrões, falsificadores, burlões, vendilhões da pátria, homens sem palavra nem honra.
Durante a 1ª Republica, continuaram convulsões, revoltas assassinos, guerras, ditadura, repressão, muitas lutas cívicas até á “dita” Revolução de “Abril dos cravos de tanta esperança que lentamente sei transforma em frustração. Assim nasce esta 2º Republica, eleições livres, de tão repetitivas com quase sempre os mesmos actores. só variando o chefe da orquestra, vemos o país a se afundar no despesismo na corrupção, compadrio, influencias de favores, enfim tanta trapalhada onde, e ao longo dos anos classe políticos, homens sôfregos de poder e ambição corrompem os ideias de Abril e chegamos a esta situação.
No Sec. XX, e muitas mudanças verifiquei, onde ao longo dos tempos e da história tantas tristezas e poucas alegrias, e chegados ao Século XXI temos grande parte dos mesmos políticos, deputados, autarcas onde no essencial mudam as moscas, mas a trampa é a mesma.
Mas verdade seja dita, nós os cidadãos comuns, os chamados eleitores, também temos a nossa cota parte de culpa em temos os políticos que temos,por deixarmos para os outros as nossas responsabilidades muito porque não votam, outros porque se deixam facilmente enganar e não temos feito as opções e exigências correctas para quem vamos eleger.
No final do Sec. XX, algumas mudanças positivas se registou em Portugal, mas na verdade, muito foi o desperdiçado, espoliado, pelos governantes quer por incompetência, por ambição do poder, até que chegamos ao ponto que somos comandados por poderio económico estrangeiro, não passando os governantes de meros executores do FMI, BCE, e da dita Troika que ninguém elegeu.

Já vivi num país de ditadura e repressão
Já vivi num país onde a censura proliferava
Já vivi num país que o escudo era a opção
Já vivi num país tão obscuro e fascizante
Já vivi num país de pobreza e de imigrantes
Já vive na guerra imposta por governantes
Já vivi num país de serviço militar obrigatório.

Já vivi num país com revolução cheia de esperança
Já vivi num país com cravos nas pontas das armas
Já vivi num país de tantas promessas adiadas
Já vivi num país rico ou de falsa prosperidade
Já vivi num país que estávamos de tanga
Já vivi num país com luz ao fim do túnel
Já vivi no país transformado em oásis

Já vivi o roubo de um dia de trabalho para a nação
Já vivi a espoliação de parte do subsídio de Natal
Já vivi greves gerais, manifestações e contestação
Já vivi com governantes incompetentes e aldrabões
Já vivi o saque da banca por políticos e banqueiros
Já vivi julgamentos de corruptos julgados inocentes
Já vivi numa época em que da moeda era o escudo

Tantas coisas vivi, senti, e escutei outras mais
Tantas noites em conspirações pela liberdade
Tantas lutas pelos direitos dos trabalhadores
Tantas angustias, sangue e suor derramados
Tantas conquistas tão arduamente alcançadas
Tanta espera para ver o fascismo derrubado
Tanta tristeza existe neste país sempre adiado

Vivemos num país de imensa podridão
Num descalabro da situação económica
Sofrendo sacrifícios por má governação
Hoje querem destruir conquistas passadas
Sem respeito pelo homem e a constituição
Triste fado deste Portugal tão mal tratado
Sentimentos, frustrações, de raiva transvaza

5 comentários:

  1. Eu não votei em quem nos governa ou governou nos últimos anos, e não fui chamado a referendar esta Europa que não sabe ser solidária.
    Já vivi muito e acho que estamos a regredir para tempos de que não gostei e durante os quais me rebelei contra a ordem instituída.
    Cumps

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  2. abraço, meu caro.

    andamos todos um pouco amargos, mas há que limpar o ar e respirar fundo...

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  3. º°♥❤ Olá, amigo!
    ❤ É muita adrenalina "ruim".
    Cuida-te... isso nos deixa "fulos" e faz muito mal ao coração.
    º°❤ Beijinhos.
    ♥❤ Brasil.

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  4. A incompetência (e o resto de tudo o que é mau) é tão flagrante e continuada, que só posso chegar a uma conclusão: somos um povo que não é capaz de gerar pessoas boas e competentes para o poder.
    Como dar a volta a isto em democracia, não sei. Mas que isto tem que levar uma grande volta, isso tem...
    Mais um magnífico artigo de opinião. Gostei.
    Caro amigo, tem uma boa semana.
    Abraço.

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