A chuva bate no rosto
O vento queima a pele
O frio gela-lhe a alma
Encharcado
Num corpo desnudado
Sem dinheiro nem lar
Olha a montra iluminada
Manequim aperaltado
Fato camisa e gravata
Bem agasalhado
Com um riso estampado
Paradoxo de existências
Personagem viva
Esquelético corpo
Apático na sua condição
Modelo serviria
O traje é que não
Num relampejar de tempo
Ontem e hoje se confunde
Sonho ou pesadelo
Jovem que foi
Farrapo que é
Caem lágrimas
Pela face molhada
Que se mistura
Dor e indiferença
Água escorre na valeta
A sarjeta tudo recebe
No bolso bem enrolado
Um pó branco
O seu tesouro…A sua ruína.
Vida extraviada ou perdida?
O vento queima a pele
O frio gela-lhe a alma
Encharcado
Num corpo desnudado
Sem dinheiro nem lar
Olha a montra iluminada
Manequim aperaltado
Fato camisa e gravata
Bem agasalhado
Com um riso estampado
Paradoxo de existências
Personagem viva
Esquelético corpo
Apático na sua condição
Modelo serviria
O traje é que não
Num relampejar de tempo
Ontem e hoje se confunde
Sonho ou pesadelo
Jovem que foi
Farrapo que é
Caem lágrimas
Pela face molhada
Que se mistura
Dor e indiferença
Água escorre na valeta
A sarjeta tudo recebe
No bolso bem enrolado
Um pó branco
O seu tesouro…A sua ruína.
Vida extraviada ou perdida?
Vida escolhida?
ResponderEliminarÉ um tema muito complicado, Amigo Carlos.
Mesmo quem lida ou já lidou de perto com a situação pode ter posições contraditórias....
Abraço
Tens uma veia poética extraordinária, os teus poemas são feitos de palavras vivas, de realidades sofridas, em suma são poemas feitos com pedaços de VIDA.
ResponderEliminarBoa noite para ti!
Os contastes, as contradições.
ResponderEliminarA vida... o destino.
Soberbo este poema!
Guardo o "ontem e hoje se confunde".
Profundo. Dá que pensar.
*
Olá amigo C Valente, adorei o seu poema.
ResponderEliminarTriste ou não a vida é feita de tudo.
Muitos beijinhos com carinho,
Fernandinha
Pergunta, amigo, que ninguém saberá responder. Talvez o mais apropriado seja apenas: "morte em vida"... :(
ResponderEliminarOlá amigo, se não for dar-lhe trabalho, deixo-lhe aqui a morada do meu novo blogue de SONETOS.
ResponderEliminarNão sei se vai gostar, mas adorava ter a sua opinião C Valente.
fernandasonetos.blogspot.com
Muitos beijinhos com carinho.
Fernandinha
É meu amigo, pergunta difícil de responder... quem dera fosse apenas, um pesadelo! Versos tristes, muitas vezes, infelizmente, tão reais!...
ResponderEliminarFique com Deus!
Beijos
Não sei se é uma escolha se um refúgio, nem se é o desepero e a falta de esperança que por vezes nos conduz a esses caminhos. O resultado é sempre trágico e a dor espalha-se pelos próprios e pelos que nos rodeiam, ninguém parece estar a salvo desta praga. Quem por lá passou, ou de perto presenciou, carrega para sempre as marcas dessa dor.
ResponderEliminarMais um excelente retrato da vida.
Abraço do Zé
Duras e frias as palavras do amigo, como sempre sabe onde as colocar.
ResponderEliminarMais uma pincelada no quadro da vida!
ResponderEliminarO dramatismo de uma vida sem sentido pela maestria da tua pena...
ResponderEliminarBoa semana
Abraço
Um poema denunciante é sempre necessário.
ResponderEliminarBom dia.
Com quantos personagens destes nos cruzamos diariamente, nas ruas das nossas cidades?
ResponderEliminarMais um excelente retrato da vida das gentes!
Aquele abraço infernal!
E o que fazemos , cada um, por isso?
ResponderEliminarComo ajudar? Aqui está uma boa causa
humanitária para os blogers "coração de ouro" se juntarem em rede de ajuda.Não sei como!
Mas tanta humanidade deitada pela janela fora, como se fosse lixo, merecia um fazer qualquer coisa, alem de lacrimejar (por mim falo)
Saudações amigas
Olá...
ResponderEliminarVim agradecer o seu carinho e desejar a ti lindo dia...
Te cuida...
Beijosss ternos no teu coração...
Um excelente olhar sobre passagens ou percusos que a vida nos oferece e muitas vezes nos impõe.
ResponderEliminarAbraço
Vida extraviada, jamais perdida
ResponderEliminarVontade e força ,serão o tesouro que procura
Pó branco maldito
Que a muitos arruina
Mas ainda há alguns
Que com a sua força de vontade
Assim mudam a sua triste e dolorosa sina
Parabéns!!!
Excelênte Poema
Adorei...Mesmo!!!
Deixo um beijo enorme!!
(*)
É por isto que eu não escrevo em Português. Isto é a mestria das palavras and I am a poor writer. Well done!
ResponderEliminarEste é um verdadeiro poema de um resistente e também de um homem altruísta e generoso.
ResponderEliminarEstas expressões de sentir, este inconformismo perante um mundo que é impiedoso para os mais fracos, representa um contributo inestimável para um caminhar diferente.
Hoje tenho um post no Notas Soltas & Ideias Tontas (http://notassoltasideiastontas.blogspot.com) em que fiz um apanhado de dados oficiais sobre os "cancros" que o país padece e que mostram, de forma nua e crua, as realidades com que nos confrontamos.
Se tiveres um pouquito de tempo gostaria de ouvir a tua opinião sobre temas tão gritantes quanto aqueles.
Um olhar à volta ...
ResponderEliminarNão sei responder à questão. Só sei que há muitas vidas que sendo ricas em termos materiais acabam por se mostrar vazias, sem conteúdo. No final qual deles terá mais peso.? Atenção, não falo aqui a apologia da pobreza, apenas faço notar que há pobrezas para as quais não há mesmo remédio. As de espírito.
Um beijinho
(hoje não estou nos meus dias ...)
Vida perdida......
ResponderEliminarPassaporte para o esquecimento.
Esquecimento desejado...
A nada conduz
Mas a tal a vida conduz.
bjgrande
Pode ser uma vida extraviada mas nem sempre perdida.
ResponderEliminarÀs vezes existem milagres, poucos mas existem...
Um abraço!
Sem abrigo e com pó branco no bolso... mistura explosiva, meu caro. E tão banal, já.
ResponderEliminarEncruzilhadas na vida, nem sempre com saída airosa.
Um abraço
é mesmo muita assimetria..
ResponderEliminarpessoas a gastar balúrdios em hoteis caninos em vez de dar alimento a esfomeados por exemplo...
bom post
A dureza da vida. E os teus versos acutilantes.
ResponderEliminargostei.
Beijinhosssss
Cada vez mais, vida perdida meu amigo.
ResponderEliminarÉ um dever que TODOS temos. Ler e reflectir neste poema de vida.
Beijinhos
C Valente,
ResponderEliminarÀ noite e eu vagueando sobre teu poema.
Belíssimo!
(aplausos)
(a)braços :)
Passo para reler ( pois gostei imenso!!!) e desejar um dia lindo
ResponderEliminarBeijo sorrindo
(*)
As duas coisas. Vida sem rumo, sem apoio, sem carinho, sem opção.
ResponderEliminarBeijos brancos.
vida!
ResponderEliminartão simples como a palavra!
**:)))
Vida perdida ...
ResponderEliminarOpção de vida??? Obrigação não foi certamente.
Enfim, são apenas opções.
marinheiroaguadoce a navegar
.
ResponderEliminarVida que foi colocada fora...
Abraço!
.
Olá Amigo Valente,
ResponderEliminarEste lamento, expresso de forma soberba e sentida deverá acompanhar-nos todos os dias de nossas vidas, enquanto a dor, a miséria e a pobreza singrarem...
Estamos a chegar a um mês em que sempre me revoltou o consumismo daqueles que têm meia dúzia de tostões no bolso e, dói-me a alma só de pensar nas lágrimas que rolam, nas bocas que não comem, não cantam e nos olhos que não sorriem.
Também pelas nossas faces escorrem lágrimas perdidas pelo triste mundo a que nos trouxeram...
Um abraço amigo,
Maria Faia
Gostei do seu poema. Você escreve bem.
ResponderEliminarInfelizmente são muitas as situações de pessoas que caem na rua por causa do pó branco. Mas não se faz o suficiente para combater o tráfico junto a escolas através de punições mais severas.A droga existe porque existem tubarões a enriquecerem com a miséria alheia.
ResponderEliminarJá tinha comentado o poema. Mas é um poema com várias vertentes que dariam para muitos comentários.