A finalizar este tema aqui vai mais um pouco de Lisboa de outras eras, dos pregões matinais, que já não voltam mais. ( Isto é de uma canção, lembram-se?)
Pessoas que iam a casa dos fregueses certos , escada acima escada a baixo, e pelas ruas se cruzavam.
O homem ou mulher com grande cestos forrados em lençol branco, ou batia á porta ou deixa pendurado no saco que a cliente tinha lá deixado
Padeiiiiiiro
O homem do leite com bilhas em folha com leite vendendo de porta em porta e medidas 1/4litro, 1/2litro, 1 litro, batia e dizia
Leiteeeeiro.
O moço de recados empregado do merceeiro da esquina que lá ia com as compras da senhora para serem entregues á porta.
Merceeeeeiro
Recordando algumas pessoas da minha infância, pessoas honestas e trabalhadoras, e também como uma pequena homenagem a essa gente desconhecida, merecedora de todo o nosso respeito.
Pessoas com pequenas lojas ou oficinas e que se encontravam nos seus lugares, não deixando de ser interessante:
Apanhadeira de malhas, a D.Isaura que trabalhava como manicura numa barbearia fina e em casa, pois tinha comprado uma pequena maquina e então apanhava as malhas das meias das senhoras, e lá se ponha ela á janela , a apanhara luz do dia ou com um pequeno candeeiro no seu trabalhar.
Carvoeiro, ou taberneiro o Sr. Venâncio, galego que apesar do muito tempo de vivência na cidade, não perdia a sua prenuncia e o seu sorriso, mostrando o dente de ouro, perto da minha porta e onde fazia as malhas com aparas de madeira e restos de carvão para o fogão, de carvão e vendia alem de vinhos, copos de três carvão e petróleo, a essa gente desconhecida
Costureira, e ganhava a vida fazendo de tudo um pouco, na costura, era, uma saia, umas bainhas, o aproveitamento de vestido de uma filha para a outra, pois a freguesia não tinha grandes economias que se pudessem dar ao luxo de roupas novas, passavam de irmão para irmão,
O ferreiro, Existia um na zona do alto de S. Amaro, conhecido pelo, Altinho, situado ao fundo da Junqueira, um pouco antes de chegar á Belém, tratava dos animais, cavalos mulas etc. ainda servia de curandeiro para algumas pessoas.
Lugar de hortaliça. A dona a sua Maria, mulher de que sofria de uma doença em que consistia os braços serem como bolas de músculos, nunca soube se era doença se era defeito congénito logo pela manhã ia ao mercado, depois lá estava ela á frente da sua pequena loja a vender os seus produtos frescos, tinha duas filhas que a ajudavam a ir e buscar e levar as produtos a casa dos clientes a Domingas e a Natália.
Modista. A D. Ivone, que só fazia vestidos para senhoras finas de acordo com as revistas, e para os mais pobres quando havia um casamento mais aperaltado.
Merceeiro, o Sr. Joaquim da mercearia onde ia comprar rebuçados, dois, 1 tostão, ou uma posta de bacalhau de molhado que se encontrava no alguidar de barro com água e as postas prontas a cozinhar; 1 quilo de batatas, 250g de açúcar, o sal, a farinha a manteiga, e tantos produtos vendidos avulso e ao peso, ou 2dl de azeite, e óleo, ao litro, os rebuçados á dúzia, produtos embalados eram poucos, só os de marca e mais caros, os artigos encontravam-se nas tulhas de feijão, nas bilhas, o café moído na ocasião. A mercearia o Pavilhão inglês, que fornecia a dente gente rica, da zona com produtos já de outra qualidade.
Sapateiro, na minha rua conheci o Sr. Gomes, que alem de consertar, colocando meias solas nos sapatos, saltos nos sapatos das senhoras também era um artificie, pois fazia sapatos por encomenda para os mais abastados da zona.
Taberneiro, eram as tabernas com bifanas, cuja frigideira não era limpa durante meses ou anos, o passarinho frito, Este comercio era encontrava-se na maioria nas mãos de oriundos do norte de Espanha, uns fugindo da guerra e da miséria, principalmente da Galiza eram as celebres tascas do galego, o sr António homem respeitado e trabalhador.
Droguista, onde trabalhava por pequenos períodos o meu amigo Carlos da Adilia, moço mais velho que eu 3 anos, e que eu ás vezes por brincadeira o acompanhava, afim de ele se despachar para irmos jogar á bola.
Cerzideira a senhora que em casa, consertava as roupas (cerzir) de modo a que se não nota-se o remendo efectuado apanhando a malha do tecido e disfarçando o máximo possível. Hoje rasga-se umas calças ou uma saia compra-se outra roupa.
Outras profissões
Outros ofícios antigos que o tempo e a memória apagou, e ainda outros ofícios ou profissões, que hoje já não se encontram, porque se encontrão em vias de extinção ou, substancialmente modificadas, ou ainda com nova roupagem, novos nomes, assim temos:
Almeida; albardeiro; agulheiro; aguadeiro; ardina; Bagageiro; boticário; boiadeiro; boletineiro; calceteiro; caixeiro-viajante; cocheiro; criado de quarto; carroceiro; cantoneiro de estradas;, carvoeiro; cesteiro; cangalheiro; Dactilografa; Escrivão; estivador; Fotografo á lá minute; Forneiro; Galinheira; governanta; grumo; grumete; guarda-linha; Jornaleiro; Latoeiro; lavadeira; leiteiro; Marçano; moço de fretes; Oleiro; Policia sinaleiro; paquete; Taberneiro; trapeiro; telefonista; Varina; varredor. E aqui termino estas notas de Lisboa antiga. Se algum dos amigos ou amigas queira acrescentar alguma coisa do antigamente para enriquecer estes apontamentos façam o favor .
RECORDAR É VIVER, FICAR AGARRADO AO PASSADO É MORRER
Lembro-me...
ResponderEliminarLisboa velha cidade
Cheia de encanto e beleza....
Olhai senhores
Esta Lisboa de outras eras
Há muito que não oiço esta canção.
É sempre tão bom aqui vir....
bjgrande
Ai Lisboa... demasiado grande para uma professora pequenina como eu...
ResponderEliminarFica bem ;)
Bela viagem acabei de fazer por Lisboa antiga....
ResponderEliminarObrigada
Pois lembro-me de quase todos, o que prova, não que já sou velho, claro, mas que tenho uma memória ainda nova....Eheheh...
ResponderEliminarabraço
É muito bom recordar os pregões e as profissões antigas.
ResponderEliminarO amolador, que eu sempre associei à vinda de chuva, e o ferro velho à procura dos trapos ou garrafas que eu ouvi ainda pequeno pela primeira vez na vida, que me lembre, na Calçada da Tapada nos finais dos anos cincoenta. Penso que pelo menos ao ferro velho nunca mais ouvi o seu pregão.
Hoje tive um tempinho para ler os restantes artigos.
Agradeço a menção do meu blog e também o felicito pelo prémio que bem merece.
Cumps
Continuo apaixonada por muitas coisas, principalmente coisas do passado, algumas delas de passado recente, pois muitas ainda cheguei a conhecer "ao vivo e a cores", pelo simples facto de também já ser mulher de mais que meia idade...
ResponderEliminarE uma dessas são os pregões!
Ainda eram costume na minha Aldeia(entretanto cidade), há pouco tempo atrás!
Um abraço
Maria Mamede
Aprendi uma data de coisas aqui sobre Lisboa, para mim um dos lugares mais maravilhosos do mundo, e conheço muitos. Mas Lisboa é Lisboa, nao é? Vou voltar muitas vezes a este interessante blogue.
ResponderEliminarObrigada pela tua visita ao meu cantinho e volta sempre quando quiseres.
Mais um post muito interessante sobre profissões, figuras, pregões que ou desapareceram ou estão em vias disso.
ResponderEliminarUma sequência de três posts de que gostei muito.
Beijinhos
Aquele que mais me recordo, e ainda hoje sinto um arrepiozinho ao ouvi-lo (cada vez mais raro, infelizmente) era o amolador, com a sua flauta, enquanto ia caminhando pelas ruas...
ResponderEliminarMais uma vez, a lembrança de se levantar, de manhã cedo, no fresco do verão, sentir o cheiro da manhã de Aveiro, caminhar por entre arvores em direcção ao mercado, a fruta fresca, o peixe, o cheiro do pão quente... grandes tempos...
ResponderEliminarParece tudo tão longe e tão perto!!!
ResponderEliminarUm abraço.
E as serzideiras?
ResponderEliminarE o limpa chaminés?
Gostei bastante de ler toda esta lista enorme dos pregões e profissões antigas de lisboa!
ResponderEliminarE concordo totalmente com a frase "RECORDAR É VIVER, FICAR AGARRADO AO PASSADO É MORRER"
Beijos grandes
A telefonista! Quando se tinha de dar à manivela para fazer uma chamada! Pensar que há 15 anos raros tinham telemóveis!
ResponderEliminarMuito gostei desta viagem por Lisboa antiga.
Beijos
Tempo bom que nao volta mais, apesar de que nao sei se conseguiria viver sem o computador hahahahaha
ResponderEliminarBig Kiss
felizmene eu não era portuguesa e desconhecia esta realidade.
ResponderEliminarDepois de viver em Africa e no Brasil, garanto que isto não faz eco sentimental.
"A língua portuguesa é a minha pátria" diz Pessoa.
"O mar é a minha pátria"digo eu.
S
Ao ler lembrei-me logo da merceiria na aldeia da minha avó onde ia comprar manteiga às barras, cortada na altura.
ResponderEliminarBelos tempos.
marinheiroaguadoce a navegar
Isto dá muito trabalho, Valente.
ResponderEliminarMas tens aqui uma grande postagem!
Sei que não é fácil reunir assim um trabalho, mas estás de parabéns.
Muito obrigado por compartilhares este trabalho comnosco.
Até sempre.
Eu estou com o povo grego que tanto está a sofrer neste momento. E tu?
Nao deixa de ser curioso este trabalho sobre realidades que apenas conhecia muito pela rama.
ResponderEliminarEste é um dicionário de memórias muito interessantes. Para reler.
Obrigada
Um abraço
Ola meu lindo!
ResponderEliminarvoltei e te vim ver.
tens uma frase aqui que me deixou a pensar
''RECORDAR É VIVER, FICAR AGARRADO AO PASSADO É MORRER''
quantas vezes ficamos no passado olhando alguma porta que se fechou e temos tanto medo de dar um passo e nao abrimos as mil portas que se vao abrindo a nossa volta.
te deixo mil beijos embrulhados em amizade
Whispers
É assim que se explica a enorme sabedoria dos menos novos.
ResponderEliminarParabéns querido amigo
Um abraço e obrigada.
Não vi na lista, mas talvez tenha me passado despercebido, mas aqui além desses tínhamos o vendedor de "Pamonhas" com um grito característico e inconfundível.
ResponderEliminarUm abraço, meu amigo!
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