2015-08-18

Sono agitado

I
Sono agitado e inquietante de insondáveis sonhos
Depara-se num mundo de manchas indistintas
Como uma linha escura e difusa se apresenta
A essência das coisas se esfuma na mente
II
Algo de estanho e surpreendente em pesadelo
Uma cena de inferno, é apresentada, e outra
Num clarão fantasmagórico de cor sangrenta 
Imagens terríveis num rodopio conjuradas
III
Pela rua ingreme, irregular e traiçoeira marcham
Num matraquear de passos em botas cardadas
Com empedrado salpicado de suores e sangue
Rostos escancarados em expressão animalesca
IV
Procurando causa profunda em torno de um vazio
Confiando no destino sem convicção aprofundada 
Enormes maciços de pedra esbarram no caminho
Sensações de impotência e pequenez se conjugam
V
Abrindo os olhos de uma forma abrupta entre lufada de ar
Janelas aberta de par em par com farrapos feitos cortinas
Descortina-se um mundo de indiferença e infinita infelicidade
Rostos velados pela madrugada até ao alvorecer dos dias
VI
Suave silvo de piedade em manto de conforto constante
Um rosto na multidão do nada, deslocado do local e tempo
O sol tenta banhar todo o espaço em fragmentos de cores
Contemplar o brilho e sombra num recanto de paz e silêncio. 

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