2015-01-14

Sem-abrigo

Fluorescência reflecte podridão do charco
A manta cobre a miséria de quem passa
Na madrugada sem-abrigo domina a rua
Na escuridão do dia, a noite torna-se bênção

Sem lamúria resiste a mais uma noite fria
Com a sombra vagueia a solidão e o sonho
Forças estranhas compõem delicada sinfonia
Uns farrapos cobrem amargo e triste sorriso

Espelho negro que a imagem não reflecte
Vagabundo do dia, amante da madrugada
Calcorreando a cidade com poiso definido
Parcos haveres, tesouro de vida destruída

Voluntariado de sopa alimenta-lhe o corpo
Riqueza, pedaço de cartão, folha de jornal
Debaixo de alpendre, paragem de autocarro
Descansa um guerreiro de outras jornadas



2 comentários:

  1. gostei muito de ler o teu poema.

    abraço, meu caro amigo

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  2. Gostei do poema e prometo voltar depois duma ausência prolongada.
    Cumps

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