2012-11-12

Desprotegido



Contra as rochas, o rebentar das ondas
Nem o frio nem a geada afasta o homem
Salpicos de água salgada banham o rosto
Olhos fixados num horizonte perscrutam

Entre o borbulhar da espuma e lixo
Fragmentos da vida se espalham
Lágrima silenciosa escorre na face
Sabor amargo e doce se confundem

Entre o barulho ensurdecedor das ondas
Onde um monologo surdo se desenrola
Imagem do vazio apodera-se do quadro
Quebrado pelo ladrar de um cão vadio

Assolam fantasmas vindos do nada
Nevoeiro cinzento-escuro se levanta
Caravela de velas e mastros partidos
Imóvel na visão trazida de lágrima e dor

O tempo inexoravelmente vai-se esfumando
Nuvens movem-se lentamente quanto a vida
Casco velho naufragado perdido no desespero
Amarras de outrora vão perdendo o seu vigor

Insustentável austeridade leva ao desespero
Fortes ventos vindos do Norte trazem borrasca
Desprotegido, inseguro no meio de tanto atropelo
Nesta governação, justiça social uma fantochada












5 comentários:

  1. Sem dúvida, muitas vezes é assim que nos sentimos! Meu abraço, amigo; boa semana.

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  2. abraço, caro amigo...

    a poesia "como arma".

    gostei de ler

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  3. Estamos todos desprotegidos em face das ameaças de quem nos desgoverna.
    Abraço do Zé

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  4. Estamos todos desprotegidos em face das ameaças de quem nos desgoverna.
    Abraço do Zé

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  5. ♡¸.•°
    Olá, amigo!
    Muito lindo e inspirado, você usou imagens poéticas muito bonitas.

    Quando comecei a ler, pensei que era um poema de amor não correspondido, só nos últimos versos é que percebi que era sobre essa mórbida política que nos sufoca.

    Boa semana!
    Beijinhos do Brasil

    ✿ °•.¸♡¸.•°✿

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