2012-04-16

O valor das coisas

Só damos valor ás coisas quando sentimos a sua fala
Da água, e de um banho repousante e acolhedor
Sem electricidade ficamos num manto de escuridão
Sentimo-nos perdidos num mundo que não é nosso

Chuva em campo agrícola devastado pela seca
Riacho de água na planície desértica é bênção
Acalmia no mar para o pescador após temporal
Braseiro em invernia torna casa mais acolhedora

De coisas simples é feita o quotidiano
Em que o seu valor se altera hora a hora
O minuto tão importante como o segundo
O cadenciar do tempo é as circunstancia

Quando a febre fustiga o corpo, tolda a mente
Simples ruído é um estrondo em dia de arraial
Foco de luz nos encandeia como projectores
Com saúde o sol brilha mais, a chuva refresca

Uma vez e outra no deserto nos sentimos
Pela floresta caminhamos e nos perdemos
Na cidade inseguros e intranquilos passamos
No meio da multidão encontramos a solidão

A amizade revela-se de muitas formas
Um gesto. um olhar, silêncios valiosos
Do botão pequenino floresce bela flor
Com saúde o sol brilha, a chuva refresca

Desvalorizamos o que temos
Desejamos o que não podemos
Rejeitamos o simples e natural
Ofuscamo-nos com o supérfluo.

1 comentário:

  1. gostei muito das tuas quadras. de grande sensibilidade e sabedoria...

    abraço

    ResponderEliminar