2009-12-02

Silêncio


A madrugada se despede, o sol nasce
A quietude é quebrada, o despertar começa
O reboliço do novo dia está a desabrochar
O tempo passa com a mesma cadência
E o silêncio
No crepúsculo da noite, no radiar do sol
Cidade, montanha, deserto, e mar
No quarto ou na torre de um castelo
Segredos guardados pairam no ar
E o silêncio
Na feira, no mercado em alarido
Pregão entoa, palavras que esvoaçam
O livro ou a carta que não foram lidos
Vozes Ruídos, murmúrios e lágrimas
E o silêncio
Momentos através dos séculos
Pensamentos não revelados
Escritas, ocultas pelos tempos
Palavras não pronunciadas
E o silêncio
Num rodopiar de vida e morte
No nascimento de uma criança
No despoletar de uma bomba
Sofrimento, lágrimas e risos
E o silêncio
Desejos recalcados, silêncios ocultos
Como as pedras da calçada
Frases que não foram questionadas
Mistérios ainda por descobrir
Observador mantém-se, inalterado
E o silêncio
Momento doce ou amargo
Relaxante, depressivo apático
Bálsamo acolhedor purificante
Chama ardente, sufocante
Entre terapia, loucura
E o silêncio
Os anos, o homem, o castelo
Ouro e prata, tudo são efémeros
Como neste mundo temporal
Só o silêncio é ETERNO

21 comentários:

  1. Nada é eterno, mas este regresso merece o meu aplauso, porque este espaço e os seus conteúdos faziam falta.
    Cumps

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  2. Fico contente por ver-te quebrar o silêncio, bem-vindo de volta. Abraço!

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  3. Meu caro C. Valente
    Registo o seu regresso e logo com a conclusão de que só o silêncio é eterno, o que felizmente não é por enquanto o nosso caso.
    Abraço do Zé

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  4. Muito bom!! Deu para viajar junto...gostei!

    Abraço..

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  5. Caro C.Valente,

    Foi para mim um prazer (re)encontrá-lo no Experimentalidades.
    Porque gostei de o saber de volta, quando já o pensava desistente.
    Agradeço-lhe a visita e só posso dizer que os seus poemas trazem-nos sempre algo para pensar... como este.

    Um abraço

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  6. Belos desabafos, amigo Valente!
    A poesia também serve para os soltarmos, não é assim?

    Saudações

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  7. registo com satisfação o seu regresso a estas lides... como leitor assíduo e muitas vezes também com comentários, fico feliz !

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  8. Amigo,
    Silêncio.Que bonito este poema .E eu que há anos convivo com o silêncio, me identifiquei de imediato com este teu belo texto.

    Um forte abraço.

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  9. Caro Valente,

    Agradeço ter chamado a atenção para a dificuldade em entrar "lá em casa". Creio que está a acontecer a mais amigos...
    Dei um pequeno arranjo ao blog, começando pela fotografia do pôr do sol.
    Espero que o problema esteja resolvido. Muito obrigada e tenha um bom fim de semana.

    Um abraço

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  10. Caro amigo C.Valente,

    ...estou FELIZ por ver que voltou!
    Confesso que fiquei preocupada consigo.

    Lindo e sentido este seu poema do silêncio.

    Um Abraço e votos de bom fim de semana.
    Margusta


    Ps. Não sei porque não conseguiu comentar no " Momentos Sentidos III"...enfim coisas da net....

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  11. Caro amigo C.Valente,

    ...estou FELIZ por ver que voltou!
    Confesso que fiquei preocupada consigo.

    Lindo e sentido este seu poema do silêncio.

    Um Abraço e votos de bom fim de semana.
    Margusta


    Ps. Não sei porque não conseguiu comentar no " Momentos Sentidos III"...enfim coisas da net....

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  12. È com enorme satisfação que registo o regresso do meu amigo a estas lides.
    E como por aqui já alguém disse, só o silêncio é eternp.
    No caso de estar interessado, agora prego pelo ABIRRITANTE e embora assine como Ferreira-Pinto sou o Quintino de outrora.

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  13. C Valente ...

    este poema está óptimo ...

    e ...
    é óptimo poder voltar a ler-te...

    bjs
    isabel

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  14. o "silêncio é de oiro"... por vezes.

    abraço

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  15. Felizmente o silêncio foi quebrado :))

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  16. É bom saber-te de volta. E regressas com um poema fantástico...
    O silêncio é eterno. O que morre. Porque há outro silêncio que pode ser um grito!

    Um abraço, amigo Valente

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  17. Silêncio. O silêncio faz um grito e...

    Abraço

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  18. Assim é, amigo. O silêncio... e o nosso verdadeiro Eu. :) Meu abraço, boa semana!

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  19. nada es eterno, sólo el silencio final.

    "En silencio elijo
    mi siguiente silencio
    y el paso del silencio
    me elige a mí".

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  20. Gostei imenso.
    É um poema muito bom.
    Abraço.

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