2016-09-23

Rostos

Rostos que nos cruzamos são tantos
Uns que fixamos, outros nem reparamos
Com um simples gesto cumprimentamos,
Outros nem acenar, nem palavra, ignoramos

Rostos jovens, errogados, envelhecidos
Traços de vida em espelhos quebrados
Imagens a preto e branco, ou coloridas
Resta lúcidas memórias, outras esquecidas

Rostos que trocam um simples sorriso
Gentes demonstram sinal de indiferença
Na rua, no transporte, loja ou restaurante
Lufada de ar fresco ou fedorento nos arrasa  

Rostos cuja beleza se reflecte num gesto
Num sol que brilha, sobre fendas de nuvens
Raios escapam parecendo enfeites mágicos
Na multidão a luz se funde na negrura da vida

Rostos que entre a multidão se perdem
Gentes que se desvanecem no tempo
Outros desceram á terra enegrecida
Que saudades de pessoa muito querida


1 comentário:

  1. E a vida é tudo isso que descreves. Rostos que cruzam, que olhamos mas não vemos, amigos que perdemos, retratos coloridos, outros a sépia, mais antigos, que lembramos, sonhos que pisamos e enterramos no fundo de um coração que bate por bater...
    Um abraço.

    ResponderEliminar