2013-06-20

Velha árvore

Velha árvore carcomida pelo tempo
Fustigada em muitos séculos vividos
Muitas aves de rapina se empoleiraram
Secam seus troncos estragam seus frutos

Hienas riem choram pela dor dos outros
Lágrimas de quem não sente a fome
Tal como o rio em tempos de chuva
Quando a abundância não escasseia

A perfídia paira no território dos poderosos
Abutres atacam e devoram a vitima indefesa
Ventania semeia promessas em frases feitas
como a serpente encanta a presa esmorecida

A negrura e a neblina tardam o amanhecer
Poder instituído subverteu compromissos e leis
Adensa-se o medo pelas terras adulteradas
Quando escasseia o trabalho, a fome alastra

A árvore guarda recordações de gerações
Bons e maus momentos no mesmo tronco
Da madeira se fizeram naus para o mundo
Do pedaço de chão se fizeram grandes nações


6 comentários:

  1. Se os abutres que nos devoram fossem humanos, nunca teria podido escrever estas sentidas palavras, meu caro. Infelizmente, só velam pelos seus interesses!

    Bom final de semana.

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  2. Há tempo para nascer e tempo para morrer...O novo está chegando...
    Um abraço, Valente!

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  3. as árvores morrem de pé, como bem sabes!...

    e esta árvore, apesar de carcomida, ainda mantém viva.

    excelente teu poema.

    abraço

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  4. O tempo dá-nos a experiência e o conhecimento da vida e das gentes que não se aprende em nenhuma faculdade.
    Abraço do Zé

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  5. O tempo dá-nos a experiência e o conhecimento da vida e das gentes que não se aprende em nenhuma faculdade.
    Abraço do Zé

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  6. E continua a velha árvore, meu amigo, porque o espírito português, apesar dos abutres e oportunistas, jamais perece! Meu abraço, boa semana.

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