2012-05-13

Lutando contra a corrente

Velas desfraldadas, fraco timoneiro ao leme

Com temporal a navegar por destino errado

Homens no convés, ás amarras e no porão

Esforço de braços, pé descalço faz-se á luta


Num esforço tentam perscrutar o tempo vindouro

O vil metal corrompe e transforma a besta homem

Vendaval desmesurado e cruel neste caos actual

Adversidade e a impotência têm de ser vencidas


Despojados da casa, gastos e desesperados

Impotente é o trabalhador, sem o seu salário

Causadores senhores importantes da praça

Na comunicação tagarelam de barriga cheia


Borracha quer apagar as vidas que são gente

Povo que se esforça e empenha e faz a nação

Descartáveis são os números e não as pessoas

O trabalhador não é um deve/haver contabilístico


Enfrentar o desconhecido, destino deste povo sofrido

Não necessita de bandalhos a indicar-lhe o caminho

Tesouros guardados, por tubarões foram espoliados

Com o peso da gula, também vão ao fundo e morrem


Viver na riqueza e ostentação, desprezando o trabalho

No mar pinga gotas de sangue, gargalhada soa no ar

Clarão fantasmagórico de uma recordação do passado

A indignação pede justiça no mais elevado dos tribunais


7 comentários:

  1. Infelizmente o número de descartáveis aumenta, aumenta a miséria e engordam uns quantos nababos que um dia pagarão pelas injustiças que cometeram.
    Cumps

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  2. Assim ocorre, meu amigo; em todos os países, a borracha da corrupção tenta apagar vidas de pessoas que são gente! Meu abraço, boa semana!

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  3. contra a corrente ... navegar ... navegar...

    assim nosso fadário!

    gostei muito do poema.

    abraço

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  4. Também eu....

    Um pedido: divulgar
    BShell

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  5. Como o fraco timoneiro apregoa, é a oportunidade de uma nova vida... com miséria e fome!
    Abraço
    Compadre Alentejano

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. O trabalhador não é "um deve/ haver contabilistico"! Não, não debia ser...mas somos. Excelente este poema e vem de encontro ao que eu sinto, à minha raiva e à minha dor...paradoxo? Não...raiva e dor se conjugam e me aguçam o sentido de "dever" pra com a Pátria.
    Querem calar-nos; querem calar-me aqui...num meio pequeno onde "incomodo"! Confesso...tenho algum medo...não por mim mas pelos que me são queridos e que podem vir a ser muito prejudicados pela minha teimosia em não me calar! Perder amigos...não eram meus verdadeiros amigos...se assim "debandaram"...se não soubera m respritar a minha opinião. Mas instalou-s aqui, num meio pequeno" a "política" do medo...e eu começo a ter medo...como tinham os meus pais no tempo da Ditadura!!!! Temo.....

    Um beijo meu
    BShell, aka Isabel

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